O Altar do Dia dos Mortos: Memória, Cultura e Representatividade no Memorial da América Latina 2025

O Altar do Dia dos Mortos:Memória,Cultura 2025

O Dia dos Mortos é uma celebração mexicana que ultrapassa o conceito tradicional de luto. É um encontro entre memória, afeto e ancestralidade.

No Memorial da América Latina, em São Paulo, o evento da Art Shine eventos reúne visitantes todos os anos para vivenciar essa tradição por meio de altares, exposições e performances que conectam o público à essência dessa cultura tão simbólica e rica.

Entre os destaques de 2025, um dos altares mais marcantes trouxe uma homenagem especial às mulheres, aos povos indígenas e às comunidades afrodescendentes — representações que carregam força histórica, resistência e sensibilidade. Criado a pedido do Consulado do México, o altar foi elaborado com cuidado e profundo respeito às raízes dessa tradição.

A força das mulheres eternizadas nos altares

A montagem do altar celebrou não apenas familiares e pessoas queridas que já partiram, mas também 11 mulheres que marcaram a história com arte, coragem e expressão. Entre elas:

  • Aurora Cursino dos Santos, artista paciente do Juquery
  • Dete Carvalho, cantora
  • Clara Nunes, referência da música brasileira
  • Clarice Lispector, uma das escritoras mais influentes do país
  • Comandanta Ramona, figura histórica mexicana
  • Elza Soares, potência da música e da resistência
  • Eunice Paiva, defensora das causas indígenas
  • Frida Kahlo, ícone mundial de arte e identidade
  • Gal Costa, voz marcante da MPB
  • Mercedes Sosa, cantora argentina de voz eterna
  • Violeta Parra, compositora e artista plástica chilena

Cada uma delas representa um aspecto essencial da experiência humana: sensibilidade, luta, ancestralidade, expressão e transformação. No altar, suas presenças simbolizam a continuidade do legado feminino na cultura latino-americana.

O significado profundo dos altares

  • As velas iluminam o caminho das almas.
  • As flores, especialmente a cempasúchil, representam o ciclo da natureza.
  • As fotos celebram histórias que continuam vivas.
  • Os objetos pessoais contam lembranças de quem partiu.
  • As cores vibrantes mostram que a morte, dentro dessa tradição, é parte da vida.

Construir um altar é um gesto de amor e respeito. É transformar saudade em presença, reconhecer as raízes e agradecer pelos caminhos percorridos por quem veio antes.

Representatividade e ancestralidade

A escolha por homenagear mulheres, povos indígenas e afrodescendentes conecta o altar a uma discussão essencial: quem são as vozes que moldaram nossa história e, muitas vezes, não foram ouvidas?

Essas homenagens são mais do que simbólicas — são atos de reconhecimento.
São maneiras de reafirmar a importância dessas figuras na construção cultural e artística da América Latina.

A experiência cultural vivida por Samantha

Samantha Fuzi participa todos os anos do evento do Dia dos Mortos, vivenciando de perto a riqueza da cultura mexicana. Para ela, os altares não são apenas cenários — são manifestações vivas de memória, arte e espiritualidade.

Ao visitar o Memorial, ela teve contato tanto com a montagem dos altares quanto com a exposição das bonecas Catrinas, cada uma representando emoções e histórias únicas.

Essa vivência ampliou ainda mais sua conexão com a personagem, com a estética e com o significado dessa tradição.

A Catrina como expressão simbólica

A Catrina, criada originalmente como crítica social, representa a igualdade diante da morte e se tornou o maior símbolo do Dia dos Mortos. Hoje ela une:

  • arte,
  • memória,
  • identidade,
  • resistência,
  • ancestralidade.

Além de ser presença constante no evento da Art Shine Eventos, Samantha já realizou ensaios temáticos como La Catrina, homenageando a personagem com respeito e sensibilidade.

Sua interpretação une fotografia, expressão artística e reverência à cultura mexicana.

Celebrar o passado para iluminar o presente

O Dia dos Mortos ensina que ninguém parte completamente: permanecemos nos afetos, nos legados, nas histórias.
Os altares simbolizam essa continuidade — uma ponte entre mundos, entre tempos e entre almas.

Para Samantha, participar desse evento é mais do que tradição: é um momento de aprendizado cultural, conexão espiritual e valorização das raízes latino-americanas que inspiram seu trabalho e sua arte.

Quero agradecer ao Bruce por autorizar a divulgação do seu lindo trabalho em nosso Blog, já seguem no instagram, para conhecer mais sobre esse lindo trabalho!

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Uma resposta

  1. Eu achei incrível 😍 muita gente não sabe mas a na cultura mexica o dia de Los muertos começa no dia 27 de outubro
    As datas específicas do período de celebração têm significados distintos:
    27 de outubro: Dia dedicado à memória dos animais de estimação falecidos, uma tradição que ganhou força recentemente.
    28 de outubro: Dia para lembrar aqueles que morreram de forma acidental ou violenta.
    29 de outubro: Dia para os que morreram afogados.
    30 e 31 de outubro: Dias dedicados às almas no limbo, ou de crianças que não foram batizadas, ou de pessoas esquecidas/sem família. A noite de 31 de outubro muitas vezes coincide com o Halloween.
    1º de novembro: O principal dia da celebração, dedicado a honrar as almas das crianças falecidas (“Día de los Inocentes” ou “Día de los Angelitos”).
    2 de novembro: O dia oficial do “Día de los Muertos” ou “Día de los Fieles Difuntos”, quando as almas dos adultos falecidos retornam para visitar seus entes queridos.
    Portanto, o período de 27 de outubro a 2 de novembro abrange toda a gama de celebrações e rituais associados ao Día de los Muertos em diferentes localidades.

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